A Marvel de tempos em tempos (quase todo ano) lança uma mega saga a fim de rebootar seu universo nos quadrinhos e zerar a numeração das edições para que novos fãs possam ingressar nesse mundo. A maioria dessas tentativas de reboot são mal sucedidas, gerando apenas uma grande confusão na cabeça do leitor. E a iniciativa “Fresh Start” é mais uma dessas tentativas, mas mais contida, diminuindo a quantidade de publicações e focando nos títulos principais, tais como Homem-Aranha, Vingadores, X-Men, Capitão América, entre outros; além de, no caso do Brasil com a editora Panini, melhorar a qualidade das revistas, publicando-as com capa cartonada e papel couché nas folhas internas; decisão questionável e que gerou certar controversa entre os leitores mais tradicionais, que compram vários títulos e sentiram no bolso essa mudança, já que as edições ganharam um aumento de até R$2,00 no preço de capa.
No meu caso, esse problema não foi muito sentido, pois pego apenas 4 títulos e assino direto do site da Panini Brasil, mas é algo a se considerar, já que as mensais são o meio de entrada de novos leitores e um preço mais elevado pode afastá-los mesmo nas numerações iniciais, que em tese os atrairiam. Como dito anteriormente, leio apenas 4 títulos, são eles Homem-Aranha, Os Vingadores, a nova grande saga intitulada Guerras Infinitas (quanta criatividade hein?) e Capitão América. Pretendo dar um parecer sobre todas essas revistas em breve, apenas o review de Os Vingadores deve demorar um pouco mais, pois estou a procura do nº1, porque comecei a acompanhar já no nº2, além disso ainda desejo ler as edições do elogiadíssimo Venom de Donny Cates (que já apareceu aqui no blog na crítica de Doutor Estranho) e a nova fase do Thor, Deus do Trovão, que começa a ser publicada em agosto deste ano.
Voltando ao que interessa, a crise editorial já é sentida por grandes editoras e livrarias espalhadas pelo mundo, e com as HQs não é diferente, essas tantas reformulações tanto na Marvel quanto na DC, são, em poucas palavras, um meio de recrutar novos leitores e aos poucos melhorar os números de vendas. Ver o número 1 impressos nas capas sempre é incentivador ao leitor de primeira viagem, que não quer cair de paraquedas numa história. Pensando nisso, DC e Marvel já reformularam suas publicações algumas várias vezes, e só nessa década já vimos Os Novos 52 e Renascimento, na DC e Nova Marvel, Totalmente Nova Marvel, Totalmente Nova e Totalmente Diferente Marvel e Fresh Start, que surgiu como uma resposta às vendas baixas da Casa das Ideias que depois de quase 10 anos de liderança nas vendas, perdeu a primeira posição justamente para o selo DC Renascimento.
Mas Fresh Start não é bem um reboot, apesar de ter algumas mudanças nas histórias de origem de alguns personagens, nada que seja muito significativo ou que mude o status quo deles, e muitos deles apenas retornam às origens, como o próprio título do arco inicial do Cabeça de Teia indica, assim como Os Vingadores, que reúnem a equipe novamente e tornam a enfrentar a ameaça dos Celestiais, que foi apresentada no one shot Marvel Legacy (ou Marvel Legado) que deu início a essa renovação. Além da clássica dança das cadeiras que ocorreu todas vez que uma reformulação desse nível acontece, como Nick Spencer, antes em Capitão América, roteirizando as histórias do Homem Aranha; Ta-Nehisi Coates assumindo o posto de Spencer nas edições do Sentinela da Liberdade; Donny Cates capitaneando Venom entre outros e Jason Aaron liderando Os Vingadores, após uma longa e prolífica fase à frente de Thor, só pra citar algumas mudanças.
Agora o que nos resta é torcer para que o trabalho dos roteiristas corresponda a altura de seus nomes, e que Spencer, Coates, Cates e Aaron, entre outros, agradem os leitores, sejam os de longa data ou os iniciantes, nos lembrando de suas melhores fases criativas. E acima de tudo, torcer para que a Casa das Ideias não veja, novamente, os leitores como meras fontes de lucro, pois quando o lucro é posto acima da satisfação dos clientes, quase sempre ele não vem como desejado.
Opmerkingen